domingo, 31 de outubro de 2010

Você e só você me entende. Quando digo anjo não é por apenas carinho. Você é sim meu anjo. E quero ser as suas asas. Quero ser o vento encostando no seu rosto, as pegadas que você deixa na areia. Quero ser a luz que vem dos seus olhos e a beleza no seu sorriso. Quero ser isso tudo porque você é isso para mim. Lembrar nossa história me deixa mais feliz. Saber que eu - não sei até hoje como - fiz a diferença para você. Tirei você de coisas ruins e inúteis. E fui um novo caminho a traçar. E eu te espero anjo, desde pequena. Você foi aquele amor platônico que eu sempre tive. Isso mesmo, era você que eu imaginava, sem a mesma forma e sem o tom de voz que ainda me era desconhecido. Mas era você anjo. Que cuidava de mim quando fechava os olhos, que zelava meu sono. Que enxugava minhas lágrimas que teimavam a descer porque você ainda não tinha aparecido ainda.

Mas você apareceu e está comigo agora. Não posso estar mais feliz.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

- Ei, menina! Seu cadarço está desamarrado, você pode cair!
- Obrigada, mas eu nem ligo mais.

E se eu cair? Isso vai mudar alguma coisa? Não vai mudar nada. Eu vou continuar sendo a mesma garota sem esperanças. Eu não tenho força para mudar. Não consigo mais dizer uma palavar se quer. Minha esperança está indo, cadê meu futuro? Se perdeu. Eu quero cair.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Viver é estar em risco. Eu não quero mais estar em risco. Não quero essa constante mudança todos os dias. Não quero ter coisas amadas indo. Não quero ter o risco de alguém não gostar de mim. Não quero ter que me deitar todos os dias com o medo de amanhã. Eu sinto medo. Ele é meu maior desafio todos os dias. Medo de andar na rua, medo das pessoas, medo do que pode acontecer. Medo. Eu não quero mais. Não quero mais.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O vazio de novo

Deitou em sua cama como sempre fazia ao chegar em casa, olhou para a janela e chuvia fino lá fora. Frio. Solidão. Olhou seu mural de retratos na parede ao seu lado, sorrisos, momentos. Não se lembrou de sentir nostalgia. E entre tantas fotografias só uma chamava a atenção. Era aquela que por mais que tentasse não tem repetição, é única - para sempre.
Fitou aquela utopia que já aconteceu de novo. Era um passado certeiro, mas nunca será futuro, pensou. As lágrimas mais uma vez invadiram seu rosto pálido. Era como se afogar, e fazia isso todos os dias ao olhar para aquela única imagem.
Não irá voltar, não irá voltar, repetiu para si mesma.
Essa verdade lhe doia como uma queimadura que nunca se cicatrizaria. Era o buraco aberto em seu ser. Já se passou tanto tempo, quando vou deixar de me perder assim? Ela se pergunta. Talvez nunca, jovem menina, parte dos seus sonhos se foi, levando você com ela. Está no céu, nas lágrimas, em todo lugar. Ela fora deixada sozinha. A única esperança que lhe vinha era a sua morte. Paradoxo irônico achar esperança na morte. Mas era sua realidade agora. Era o único jeito de viver aquela utopia de novo. O único jeito do reencontro. Ele estava longe agora, onde suas mãos não alcançariam em vida.

Aos caminhos, eu entrego o nosso encontro

Sobre a entrega

Um dos pontos mais extremos do amor é a entrega. E uma tarefa difícil é amar alguém que não pode te retribuir. Amar por si. Estar feliz por ter esse alguém por perto. Todos queremos demonstrações de amor. Queremos sentir assim como fazemos sentí-lo. Queremos a vontade se virar para nós. Queremos abraços e beijos. Queremos palavras bonitas e canções.

"E não importa se você não entenda, não consiga ou não queira retribuir. Eu fico feliz com minha entrega"

E nesse dia, não importava o que separava a gente. Não importava as paredes, muros, barreiras. Nesse dia eu pude sentir, com frio na barriga, com a felicidade crescente, com a confiança válida. Eu senti sua entrega. Tudo que você poderia fazer para mostrar. Tudo era meu.

E sigo contente.

Ela?

Ela não é nada sem ele. Sua vida era aquela única unidade, aquele único ser. Que não era por ser único que significava pouca coisa. Era grande. Tão grande que teve que arranjar espaço no coração. Se livrou de todo o passado. Era ele. O que importava, o que ela era. Estava no seu sorriso, em tudo. Ela era toda ele. O tempo inteiro. E a saudade era intensa, dolorosa. Sentia como se sente falta de um membro arrancado. Mas seguia...

sábado, 23 de outubro de 2010

Bi-polar

Ao mesmo tempo que fico cansada de ser quem eu sou eu me coloco lá em cima. No mesmo dia que eu acordo dizendo que eu sou especial me coloco como a pior pessoa. Esses meus lados opostos acabam com aquilo que se chama saúde. E eu fico perdida entre meus dois extremos. Perdida nessa confusão de emoções. Não aguento mais tanta tristeza e tanta felicidade confundidas. Quero ser eu e só.

Eu me odeio, eu me amo. Afinal, quem sou eu?

Meu colo, mundo, abrigo.

Maldito tempo que eu fico sem você, tempo esse que teima em passar rápido quando nossos olhos se encontram.

E cada novo encontro é uma explosão de sorrisos e aninhos. Como se cada vez que nos vessemos fosse uma nova primeira vez. Como se no tempo separados esquecessemos da essência de estarmos juntos e toda vez que você chega me lembro daquela felicidade alcançada por tão pouco. Você é aonde eu quero chegar quando estiver cansada de andar. Aonde vou me apoiar na sombra de um campo ensolarado vasto de vida. Como eu quero olhar nos teus olhos mais uma vez antes da triste despedida. Tentar fotografar cada segundo antes de virar as costas e ter que seguir a vida sem questionar. E cá entre nós, todas as vezes que me viro dou uma espiadinha de canto de olho só para ver você partindo - e ver o quanto meu você é.

Sobre a saudade


Triste é dormir com os olhos cheios de lágrima. Ter tanta coisa para
falar. Tanto para pedir. E vacilar na hora do encontro. Não conseguir expressar o que sente. Solidão é
implorar carinho para o ar. Passar os dedos nos cabelos e consolar a si
mesmo. Ele virá. Decepcionante é ansiedade que vira despedida. Todos os dias. Agonizar é ter que viver tudo várias vezes. Ansiar a felicidade chegar. Até a hora esperada. Que de hora não tem nada, vira momento e se vai…

domingo, 10 de outubro de 2010

Cansei de super exigir de mim. Vou me respeitar do jeito que sou agora, cansei de tentar ser mais que eu posso a troco de nada. Para mim falhar é uma grande decepção. Tão grande que estraga toda minha esperança na hora de tentar de novo. Decidi que não tentar vai ser melhor. Vou aprender a respeitar meus medos. Quem sabe as coisas vão fluir? E quando eu tentar vou estar grande o suficiente para aprender a falhar.
Você não entenderia se soubesse que do outro lado da linha eu guardo o choro, tentando fazer minha voz não sair tão esganiçada. Porque há tempos eu tenho questionado o relógio, que vivia me dizendo que não é hora para nada. E não adianta sair porque não terá ninguém para ouvir tudo que tem ocorrido. Aliás ninguém ouve, só você, que não me pertence mais, sendo única e interamente da tua vida. E eu ando por essas calçadas pensando o quanto me sinto sozinha nesse frio todo. Vendo as pessoas se abraçando e sorrindo enquanto eu sigo com meus próprios pés numa jornada que parece não ter fim. O tal futuro chegou e estou tentando traçá-lo da melhor maneira possível só com meus esforços e sem ti. Agora já é tarde, preciso dormir porque amanhã começa tudo outra vez.
Difícil mesmo é ser dona de sonhos impossíveis. Lutar por algo que não acontecerá. Depender mais do que de você mesmo, mas de outras coisas que podem vir ou não. Eu não sei como eu ainda tenho vontade de acordar todos os dias sabendo que não vai dar certo. Porque o que eu mais desejo não vai acontecer. Deslumbro quem já chegou lá. Força e coragem. Eu que já estive nos melhores dos lugares sinto falta do que passou. E hoje me sobrou o medo. Ele é a única lembrança dos bons momentos.
Tá, qual é o plano? O plano é correr e correr atrás de uma coisa que eu sei que não vai dar certo. É acordar todos os dias na falha esperança de ser alguém. Não ter com quem contar as misérias, não tem com quem dizer que estou infeliz. Está sendo assim e não vai mudar. O segredo é aprender a viver sozinha. Mas como? Me olho no espelho e fico pensando nisso, a solidão me dói tanto. E eu te quero aqui, mas você não se quer comigo. A entrega por maior que seja tem que ser ignorada e eu tenho que seguir em frente olhando no horizonte. Mas só consigo andar cabisbaixa. Cadê aquela esperança? Cadê os sonhos, os desejos? Ficou tudo em algum lugar que eu já não sei mais qual é.
*O Pierrot apaixonado chora pelo amor da Colombina.

É estranho, como no meu seriado favorito. Me dói ver a dor dos outros, direcionados a mim ou não. Dói lá no fundo saber de uma dor assim. Principalmente quando eu estou incluída. Queria poder mudar tudo e fazer diferente. Faz anos, porém vezenquando me aparece nos sonhos, pensamentos. Não chega a ser saudade. Mas é como um pedaço de mim ficasse presa a isso que já se foi. Como se o mundo andasse, mas a pequena menina tão bobinha que mora em mim às vezes despertasse aqui dentro. E toda vez que a cena se repete em livros, lembro de ti.

*Pierrot chora, Pierrot chora…
Quer saber? Ninguém entende, posso ligar para quem eu quiser e dizer que estou cansada de ouvir só minha respiração nesse apartamento vazio que ninguém vai estar aqui para preencher. E por mais que todos pensem que estão me consolando, ninguém faz nada, pois a dor é minha. A solidão sou eu em dobro. Somente meus medos e meu desespero. E por mais que exista amor, a distância me impede de tornar inteira agora. Só sobrou metade do lado de cá da ponte. E o relógio parece parar duas, três vezes. Como se eu estivesse presa num mundo paralelo e só.