quinta-feira, 30 de junho de 2011

De repente você se vê indo em alta velovidade rumo ao seu sonho, o vento bate no seu rosto com força, nem o atrito do ar, nem a poeira da estrada, nada parece se bater contra ti. Mas de repente, você avista um muro. Tarde demais para freiar. Pronto. Um trauma para levar pelo resto da vida. Se machuca. Se recupera. Fica de pé. E continua a viagem. Mas não corre tanto, não abusa da sorte de novo. E de muro em muro cada vez mais você diminui sua velocidade. E cada batida parece doer mais e mais. Você para. Pensa. Tantos muros, estradas não podem estar conectadas a isso assim.
Talvez esses não sejam muros, e sim obstáculos, talvez nós tenhamos que aprender a pulá-los, talvez isso esteja testando os mais fortes. Seleção natural. Lei de Darwin. Tá ai.
E agora, mais que nunca você precisa de impulso para pular tais obstáculos. Segura firme e vai. Vai-se com Deus. E não olhe para trás.

(Texto antigo)

domingo, 15 de maio de 2011

Sinto-me tão vazia e só sem você aqui para falar no meu ouvido coisas bonitas que me acostumei a ouvir ao longo desses anos que passaram despercebidos pelo nosso nariz... Às vezes sonho que você está aqui, alisando meus cabelos, beijando minha testa e dizendo que amanhã será um dia lindo de outono. E ai você está dormindo no mais tranquilo sono, longe de todo meu coração que sofre essa dor lentamente todas as semanas. De repente vejo um vulto na rua e meu coração dispara, podia ser você. Sento do lado de alguém no ônibus e me pergunto se quando olhar para o lado pode ser você aparecendo repentinamente aqui, onde estou. Você nunca aparece, mas é como se me vigiasse o tempo todo, fizesse careta quando deixo de comer ou soltasse uma risada quando eu falo algo divertido. Quase consigo ouvir sua voz chamando meu nome enquanto ando pela chuva molhando sempre meus pés. E quando volto para casa sempre espero a surpresa de te ver deitado na minha cama dizendo que estava esperando por mim e que demorei demais. Quando ouço essas músicas, sua voz saindo desses fones, parece que vou explodir e morrer. É isso que você me faz, me deixa assim. E choro o dia inteiro tentando negar toda essa realidade e pensar que você não está aqui, está longe e com o coração gelado sem pensar em mim na intensidade que penso em ti. Tento negar para esse sentimento teimoso tantas e tantas coisas sem saber ao certo no que acreditar. Não sei o que é, eu sei que dói.

sábado, 7 de maio de 2011

Senti uma dor, uma dor aqui dentro, uma dorzinha funda que se eu contasse ninguém iria entender. Dor de coisa que passou e não volta. Dor daquilo que morreu e não tem cura. Dor no que eu me transformei e não vou mudar. Dói lembrar daquelas tardes que não acabavam nunca e eram muito boas ao mesmo tempo. Da entrega e do sorriso sincero. Dói lembrar que o tempo carrega o brilho do nosso olhar com ele. E agora dói - mais que tudo - esse vazio que me resta.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Tenho medo de sonhar. Medo de sentir saudades. Medo de lembrar o que passou e admitir o que perdi. Ainda me pergunto o quanto de mim essa perda me custou. O quanto de mim ficou para trás e o pouco que sobrou, quanto cresceu? Minha existência toda virou um só motivo. Vingança. Bonita, até. Quero fazer pessoas felizes pelo tanto que fui infeliz. Quero trazer sorrisos e recuperar esperanças. Quero salvar. Sei que você está ai, andando pelas nuvens me perguntando quando eu vou chegar. E minha partida significará o nosso reencontro. É minha única felicidade diante dela. Enquanto isso vou amando por aqui, sorrindo com quem eu tenho hoje. E dando um valor que não posso medir. Porque inteira eu nunca mais serei.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Eu queria mudar o mundo inteiro. Mas essa mania de xingar tudo não vai adiantar em nada. Por que as pessoas - inclusive eu - tem de estar tão ligadas ao exterior, ao físico? Por que essas mulheres andam por ai exibindo a nova cirugia de silicone e os homens tem ereção ao ver isso? Isso é nojento. Algo tão íntimo e tão vulgarizado por todos eles. Me dá repulsa, depressão. Dá vontade de entrar no movimento feminista mais perto de casa e encontrar com pessoas que também se sentem assim. A sociedade aceita, mas eu não preciso aceitar. Eu não quero aceitar. Eles só veêm as curvas e tudo que eu quero é um pouquinho de coração, porque de curvas eu não tenho nada a oferecer. E não adianta negar, todo mundo se sente assim. Até algumas mulheres - aquelas que não são obcecadas por sentimentos. Eu sou obcecada. Eu quero um olhar ingênuo e vontade de aninhar. Eu quero voltar a ser criancinha-adolescente que sonha com um beijo - só um único e ingênuo beijo. Não sei se quero ser desejada, já que o desejo está sendo distribuído assim.

Quero ficar no meu canto e fingir que essas coisas não existem, não ir em festas, nem lugares de socializar. Quero fingir que o mundo é aquilo que eu espero que seja.

terça-feira, 22 de março de 2011

Se me achar significa te encontrar, me perder vem com a sua ausência. Eu me moldei em você - mais que isso - eu me vi em você. Vi como nossos sonhos seriam todos realidades somente dependendo do tempo. Vi nossas mãos dadas embaixo de fogos de artifício. Vi beijos banhados com lágrimas e sorrisos após mensagens de celular. Vi meu sorriso arder em sua direção. Vi meus pensamentos ruins irem embora a cada passo que me aproximo de você. Vi tudo isso. E estar longe de você - pelo mais breve período de tempo - me deixa confusa. Sem rumo. Você é o caminho que eu quero - e vou - trilhar. O caminho para a minha felicidade, minha realização. Não fica longe de mim. Te quero pertinho, quero seus beijos e abraços. A minha certeza.
Depois de um tempo a gente cansa. A gente cansa desse sentimento que nos limita, que nos prende. Que faz de nós não somados, mas divididos. Que toma nosso tempo e nosso sorriso. Que deixa qualquer dia ensolarado triste. Que me tira lágrimas. Sentimento esse que não deveria existir, e se eu pudesse o eliminaria do meu corpo.


É da saudade que estou falando
Sigo por essas ruas me perguntando quem agora vai me entender? Já que você correu para a porta dos fundos quando lhe foi solicitada a sua atenção nos meus dramas. Eu sou dramática, eu sei. E sei também que você era a única pessoa que ouvia o que eu tinha a dizer, mesmo sendo exagerado. Você aconselhou e me acolheu. Você disse verdades e eu chorei. Você me tirou milhares de lágrimas e agora foi embora. Porque eu deixei você ir, e você foi. Sem dizer um adeus formal, fiquei sem saber o que dizer. Só fiquei me perguntando, e agora para onde eu vou correr? Quem vai ouvir esses problemas de uma menina de dezoito anos que anda levando bofetadas da vida? E se eu me sentir sozinha de novo? Meu cachorro faleceu mês passado. Quem vai ficar comigo agora? Quem vai ouvir? Se todo mundo correu e você correu também. Eu não tenho ninguém desse lado da ponte, só esse diário que olha para minha cara e não diz nada que eu não disse - e que se eu não fosse tão só nem ao menos existiria.

E agora?

segunda-feira, 21 de março de 2011

Uma história de tantos anos, história de quem não tem mais histórias para contar. História para lembrar no meio da noite e chorar. História que não sai da cabeça quando se ouve uma música de saudade. Sou assim, cheia de saudade. Saudade de coisas que não fiz, quantos sonhos eu só sonhei. Quantas vezes acordei de manhã pensando no ontem que nunca existiu e que eu queria que tivesse existido. Agora que o tempo passou e tudo se perdeu me sinto mais vulnerável em pensar no meu intímo. Aquele que eu guardo sob todas as chaves e ninguém nunca vai saber. Aquilo que por direito é meu e posso esconder. Como eu queria ter lembranças reais e não essa falta do que pensar.

domingo, 13 de março de 2011

Estou numa confusão interna. Fizeram um milk shake com a minha parte consciente. Olho para o espelho e tudo que eu penso o quanto estou gorda, o quanto sou fútil, o quanto eu assusto as pessoas. Passei a virada de ano de cara fechada. E se eu aumento tudo? Será que ele está pensando em mim agora? E por que esses malditos olhos se encheram de lágrima? Eu nunca vou aprender a ser sozinha? E quem disse que estou sozinha, estou rodeada de familiares, mas me responde uma coisa: eles lá ligam para mim? Será que eles entendem? Não. Você entende. Não, acho que não. Quando te liguei você riu do meu desespero. E daí que sou a única pessoa do mundo que odeia virada de ano? Sou negativa demais perto desse pessoal de branco. Todo mundo rindo e eu chorando. Eu sou fraca demais. E me fala quantos amigos sobraram? Pode deixar que essa eu sei: nenhum. Eu me afogo tanto nas minhas confusões internas todos os dias para conseguir ter um amigo se quer. Todo lugar diferente que eu vou eu volto e choro a noite inteira. Ninguém quer esse fardo. Eu não sou uma garota normal. Odeio festa, odeio muita gente perto de mim. Troco qualquer sabado a noite por um domingo de tarde. Eu não passo de um caso perdido. E ninguém vai me seguir.
Aniversário chega e fica aquela sensação de vazio, aquela sensação de “eu não tenho muitos amigos”. Como se esse fosse o seu dia e ninguém se importasse muito ou falassem pela obrigação social. Eu queria ter muita gente perto, muitos sorrisos e presentes. Mas eu me fechei para o mundo e o mundo se fechou para mim. Continuo nessa estrada da solidão, nesse andar devagar para lugar nenhum. Continuo no meu vício de tentar ser alguém e falhar. Cresci, mudei tanto. Mas continuo nessa infelicidade de quem procura e nunca acha.
O que eu tenho - e ninguém entende - é esse desejo de ser feliz. Sem saber ao certo se sou feliz, descubro um pouco adiante quando bate nostalgia e sempre penso o quanto devia ter dado mais valor. Hoje imploro por momentos como esses que me fazem querer muito voltar atrás. Mas não tem acontecido mais. Essa nostalgia já me é antiga. Já não tenho mais lembranças do dia anterior durante minhas manhãs, só aquela vontade de ter feito diferente. Já não sinto mais a tal felicidade. E cada vez me afundo mais, buscando em sonhos um lugar seguro para deixar o pensamento ficar. Uma utopia em que vivo todos os dias dentro de mim. E o mundo real? Deixei de lado.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Eu quis te bater, quis te dar um soco no meio da cara, quis te jogar no chão. Eu quis dizer o quanto você consegue quebrar meu coração em pedacinhos, o quanto você rouba meu impulso vital só para você quando está longe, quis te jogar na cara o quanto eu preciso de você e você não precisa de mim. Eu quis fazer tudo isso, mas só pude te beijar e dizer que sentirei saudades.