segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Você não é meu, você é da sua vida assim como eu sou da minha vida, mas finjo que sou sua. A verdade é que essa minha imaginação sem limites que a gente é um só não passa de sonho. Você tem que fazer suas coisas e eu tenho que fazer as minhas. Você carrega um passado que eu penso todos os dias, nas faces que você tocou, nos lábios que beijou. Não eram meus. E nem eu nem você podemos fazer nada para impedir. Também não posso fazer você ser meu, seu futuro não é meu, é seu. Enquanto eu sou toda e completamente entregue a você. E isso dói. Eu sou obsecada por cada movimento seu na esperança que assim você não me largue, mas eu sei que vai. Eu sei que um dia vou ter que deixá-lo viver sua vida - sozinho ou com outras pessoas. Então eu me agarro a você, te sufoco agora. Para aproveitar o que resta.

sábado, 6 de novembro de 2010

Um coração corajoso que bate desenfreadamente a procura de um pouco de esperança. Um coração que tenta mentir para si mesmo, tenta se esconder. Um coração que deseja amar e com esse amor conseguir o que se quer. É este coração que abrigo no peito. Com este coração que enfrentei meus medos hoje, com ele que fui mais forte que minhas pernas bambas e a vontade de desistir. É esse coração que vai sofrer com as faltas, e que vai aguentar.

Afinal, é por isso que ele bate.

*Segundo lugar.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Respirei fundo e manti o foco no objetivo. O meu fôlego teimava em não ser constante, cortado pelos lampejos de medo e dor. A coragem que havia achado nos sonhos havia se perdido novamente diante ao desafio. Não podia ter erros, não havia o direito de tê-los. A menina do espelho olhava fixamente para mim, ansiando a hora da minha queda, podia ver seu sorriso de canto de boca. Não havia tempo e precisava fazê-lo - se não, me custariam horas de sofrimento por ter sido fraca de novo.

A maior luta é aquela em que envolve você e seu reflexo.

A menina do espelho se prepara para revanche.
Sempre acontece. E é isso que envenena minha mente, dispara o coração. Meu medo, ele não é próprio. Não é individual. Vem de uma parte pequena do meu ser, que tem a capacidade de me controlar por inteira. Eu não sei controlá-lo. Não sei medir. Sei como sentí-lo, sei como me machucar. Esses arranhões na minha pele, não são tão superficiais assim. Vem dele. Desse cancêr que pulsa em minhas veias, que mora na minha falta de ar.
Ele toma conta de tudo. Ele é onipotente. Maior que tudo. O ciúmes.
Será que alguém se importa? Ou será só meu ego jorrando do meu ser e formando uma poça de mim? Eu sinto que estou cercada. Por mim. Olho para os lados e só vejo meus sentimentos, minhas emoções. E acho que estou sozinha nesse circo. Acho que ninguém olha para mim, com pena ou horror. Ninguém ao menos olha. Ninguém quer saber a fundo o que se passa aqui. E viro platéia do meu próprio filme. Viro vilã da minha própria história.

Só me sinto só.

domingo, 31 de outubro de 2010

Você e só você me entende. Quando digo anjo não é por apenas carinho. Você é sim meu anjo. E quero ser as suas asas. Quero ser o vento encostando no seu rosto, as pegadas que você deixa na areia. Quero ser a luz que vem dos seus olhos e a beleza no seu sorriso. Quero ser isso tudo porque você é isso para mim. Lembrar nossa história me deixa mais feliz. Saber que eu - não sei até hoje como - fiz a diferença para você. Tirei você de coisas ruins e inúteis. E fui um novo caminho a traçar. E eu te espero anjo, desde pequena. Você foi aquele amor platônico que eu sempre tive. Isso mesmo, era você que eu imaginava, sem a mesma forma e sem o tom de voz que ainda me era desconhecido. Mas era você anjo. Que cuidava de mim quando fechava os olhos, que zelava meu sono. Que enxugava minhas lágrimas que teimavam a descer porque você ainda não tinha aparecido ainda.

Mas você apareceu e está comigo agora. Não posso estar mais feliz.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

- Ei, menina! Seu cadarço está desamarrado, você pode cair!
- Obrigada, mas eu nem ligo mais.

E se eu cair? Isso vai mudar alguma coisa? Não vai mudar nada. Eu vou continuar sendo a mesma garota sem esperanças. Eu não tenho força para mudar. Não consigo mais dizer uma palavar se quer. Minha esperança está indo, cadê meu futuro? Se perdeu. Eu quero cair.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Viver é estar em risco. Eu não quero mais estar em risco. Não quero essa constante mudança todos os dias. Não quero ter coisas amadas indo. Não quero ter o risco de alguém não gostar de mim. Não quero ter que me deitar todos os dias com o medo de amanhã. Eu sinto medo. Ele é meu maior desafio todos os dias. Medo de andar na rua, medo das pessoas, medo do que pode acontecer. Medo. Eu não quero mais. Não quero mais.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O vazio de novo

Deitou em sua cama como sempre fazia ao chegar em casa, olhou para a janela e chuvia fino lá fora. Frio. Solidão. Olhou seu mural de retratos na parede ao seu lado, sorrisos, momentos. Não se lembrou de sentir nostalgia. E entre tantas fotografias só uma chamava a atenção. Era aquela que por mais que tentasse não tem repetição, é única - para sempre.
Fitou aquela utopia que já aconteceu de novo. Era um passado certeiro, mas nunca será futuro, pensou. As lágrimas mais uma vez invadiram seu rosto pálido. Era como se afogar, e fazia isso todos os dias ao olhar para aquela única imagem.
Não irá voltar, não irá voltar, repetiu para si mesma.
Essa verdade lhe doia como uma queimadura que nunca se cicatrizaria. Era o buraco aberto em seu ser. Já se passou tanto tempo, quando vou deixar de me perder assim? Ela se pergunta. Talvez nunca, jovem menina, parte dos seus sonhos se foi, levando você com ela. Está no céu, nas lágrimas, em todo lugar. Ela fora deixada sozinha. A única esperança que lhe vinha era a sua morte. Paradoxo irônico achar esperança na morte. Mas era sua realidade agora. Era o único jeito de viver aquela utopia de novo. O único jeito do reencontro. Ele estava longe agora, onde suas mãos não alcançariam em vida.

Aos caminhos, eu entrego o nosso encontro

Sobre a entrega

Um dos pontos mais extremos do amor é a entrega. E uma tarefa difícil é amar alguém que não pode te retribuir. Amar por si. Estar feliz por ter esse alguém por perto. Todos queremos demonstrações de amor. Queremos sentir assim como fazemos sentí-lo. Queremos a vontade se virar para nós. Queremos abraços e beijos. Queremos palavras bonitas e canções.

"E não importa se você não entenda, não consiga ou não queira retribuir. Eu fico feliz com minha entrega"

E nesse dia, não importava o que separava a gente. Não importava as paredes, muros, barreiras. Nesse dia eu pude sentir, com frio na barriga, com a felicidade crescente, com a confiança válida. Eu senti sua entrega. Tudo que você poderia fazer para mostrar. Tudo era meu.

E sigo contente.

Ela?

Ela não é nada sem ele. Sua vida era aquela única unidade, aquele único ser. Que não era por ser único que significava pouca coisa. Era grande. Tão grande que teve que arranjar espaço no coração. Se livrou de todo o passado. Era ele. O que importava, o que ela era. Estava no seu sorriso, em tudo. Ela era toda ele. O tempo inteiro. E a saudade era intensa, dolorosa. Sentia como se sente falta de um membro arrancado. Mas seguia...

sábado, 23 de outubro de 2010

Bi-polar

Ao mesmo tempo que fico cansada de ser quem eu sou eu me coloco lá em cima. No mesmo dia que eu acordo dizendo que eu sou especial me coloco como a pior pessoa. Esses meus lados opostos acabam com aquilo que se chama saúde. E eu fico perdida entre meus dois extremos. Perdida nessa confusão de emoções. Não aguento mais tanta tristeza e tanta felicidade confundidas. Quero ser eu e só.

Eu me odeio, eu me amo. Afinal, quem sou eu?

Meu colo, mundo, abrigo.

Maldito tempo que eu fico sem você, tempo esse que teima em passar rápido quando nossos olhos se encontram.

E cada novo encontro é uma explosão de sorrisos e aninhos. Como se cada vez que nos vessemos fosse uma nova primeira vez. Como se no tempo separados esquecessemos da essência de estarmos juntos e toda vez que você chega me lembro daquela felicidade alcançada por tão pouco. Você é aonde eu quero chegar quando estiver cansada de andar. Aonde vou me apoiar na sombra de um campo ensolarado vasto de vida. Como eu quero olhar nos teus olhos mais uma vez antes da triste despedida. Tentar fotografar cada segundo antes de virar as costas e ter que seguir a vida sem questionar. E cá entre nós, todas as vezes que me viro dou uma espiadinha de canto de olho só para ver você partindo - e ver o quanto meu você é.

Sobre a saudade


Triste é dormir com os olhos cheios de lágrima. Ter tanta coisa para
falar. Tanto para pedir. E vacilar na hora do encontro. Não conseguir expressar o que sente. Solidão é
implorar carinho para o ar. Passar os dedos nos cabelos e consolar a si
mesmo. Ele virá. Decepcionante é ansiedade que vira despedida. Todos os dias. Agonizar é ter que viver tudo várias vezes. Ansiar a felicidade chegar. Até a hora esperada. Que de hora não tem nada, vira momento e se vai…

domingo, 10 de outubro de 2010

Cansei de super exigir de mim. Vou me respeitar do jeito que sou agora, cansei de tentar ser mais que eu posso a troco de nada. Para mim falhar é uma grande decepção. Tão grande que estraga toda minha esperança na hora de tentar de novo. Decidi que não tentar vai ser melhor. Vou aprender a respeitar meus medos. Quem sabe as coisas vão fluir? E quando eu tentar vou estar grande o suficiente para aprender a falhar.
Você não entenderia se soubesse que do outro lado da linha eu guardo o choro, tentando fazer minha voz não sair tão esganiçada. Porque há tempos eu tenho questionado o relógio, que vivia me dizendo que não é hora para nada. E não adianta sair porque não terá ninguém para ouvir tudo que tem ocorrido. Aliás ninguém ouve, só você, que não me pertence mais, sendo única e interamente da tua vida. E eu ando por essas calçadas pensando o quanto me sinto sozinha nesse frio todo. Vendo as pessoas se abraçando e sorrindo enquanto eu sigo com meus próprios pés numa jornada que parece não ter fim. O tal futuro chegou e estou tentando traçá-lo da melhor maneira possível só com meus esforços e sem ti. Agora já é tarde, preciso dormir porque amanhã começa tudo outra vez.
Difícil mesmo é ser dona de sonhos impossíveis. Lutar por algo que não acontecerá. Depender mais do que de você mesmo, mas de outras coisas que podem vir ou não. Eu não sei como eu ainda tenho vontade de acordar todos os dias sabendo que não vai dar certo. Porque o que eu mais desejo não vai acontecer. Deslumbro quem já chegou lá. Força e coragem. Eu que já estive nos melhores dos lugares sinto falta do que passou. E hoje me sobrou o medo. Ele é a única lembrança dos bons momentos.
Tá, qual é o plano? O plano é correr e correr atrás de uma coisa que eu sei que não vai dar certo. É acordar todos os dias na falha esperança de ser alguém. Não ter com quem contar as misérias, não tem com quem dizer que estou infeliz. Está sendo assim e não vai mudar. O segredo é aprender a viver sozinha. Mas como? Me olho no espelho e fico pensando nisso, a solidão me dói tanto. E eu te quero aqui, mas você não se quer comigo. A entrega por maior que seja tem que ser ignorada e eu tenho que seguir em frente olhando no horizonte. Mas só consigo andar cabisbaixa. Cadê aquela esperança? Cadê os sonhos, os desejos? Ficou tudo em algum lugar que eu já não sei mais qual é.
*O Pierrot apaixonado chora pelo amor da Colombina.

É estranho, como no meu seriado favorito. Me dói ver a dor dos outros, direcionados a mim ou não. Dói lá no fundo saber de uma dor assim. Principalmente quando eu estou incluída. Queria poder mudar tudo e fazer diferente. Faz anos, porém vezenquando me aparece nos sonhos, pensamentos. Não chega a ser saudade. Mas é como um pedaço de mim ficasse presa a isso que já se foi. Como se o mundo andasse, mas a pequena menina tão bobinha que mora em mim às vezes despertasse aqui dentro. E toda vez que a cena se repete em livros, lembro de ti.

*Pierrot chora, Pierrot chora…
Quer saber? Ninguém entende, posso ligar para quem eu quiser e dizer que estou cansada de ouvir só minha respiração nesse apartamento vazio que ninguém vai estar aqui para preencher. E por mais que todos pensem que estão me consolando, ninguém faz nada, pois a dor é minha. A solidão sou eu em dobro. Somente meus medos e meu desespero. E por mais que exista amor, a distância me impede de tornar inteira agora. Só sobrou metade do lado de cá da ponte. E o relógio parece parar duas, três vezes. Como se eu estivesse presa num mundo paralelo e só.

domingo, 22 de agosto de 2010

Você não entenderia se soubesse que do outro lado da linha eu guardo o choro, tentando fazer minha voz não sair tão esganiçada. Porque há tempos eu tenho questionado o relógio, que vivia me dizendo que não é hora para nada. E não adianta sair porque não terá ninguém para ouvir tudo que tem ocorrido. Aliás ninguém ouve, só você, que não me pertence mais, sendo única e interamente da tua vida. E eu ando por essas calçadas pensando o quanto me sinto sozinha nesse frio todo. Vendo as pessoas se abraçando e sorrindo enquanto eu sigo com meus próprios pés numa jornada que parece não ter fim. O tal futuro chegou e estou tentando traçá-lo da melhor maneira possível só com meus esforços e sem ti. Agora já é tarde, preciso dormir porque amanhã começa tudo outra vez.

terça-feira, 22 de junho de 2010

E quem sou eu se eu já nem sou mais?

Me faz chorar

No meio da multidão eu vejo você sorrindo. Vários rostos porém só o seu em foco. E você ri e se diverte. Enquanto eu não consigo mexer um músculo se quer. Porque eu não me dou bem na multidão. Meu lugar é no canto mais escuro que existir. Eu sou sozinha. E meu sorriso não faz parte deste carnaval.

Sobre o sabádo a noite

Me sentia triste em ver todas aquelas pessoas dançando e se divertindo enquanto eu estava embrulhada com minhas confusões. Luzes que piscavam, o escuro da noite e frio, um frio que penetrava minhas entranhas e fazia toda a minha confusão um pouco mais dor. Eu queria estar fingindo como todos os outros que sou feliz. Pelo menos que estava feliz naquela hora que eles aparentavam ser. Mas eu não sou. Eu sou só. Eu não sei sorrir sem machucar meus lábios. Não sei como eles conseguem. Sempre vai ter um espírito de tristeza em meus momentos de alegria. Porque eu não me permito ser. Incoscientemente levo um medo de deixar as coisas darem certo. Sem querer eu me prendo numa caixa escura e o mundo cai sobre mim. Me movo para uma realidade paralela e faço tudo torto. E as pessoas continuam sorrindo ao redor.

sábado, 29 de maio de 2010

Quis sair para distrair. Fui para o shopping e tinham tantas pessoas. E todas me olhavam como se apontassem e julgassem a menina sozinha e estranha ali no canto. Sorrisos de deboche. Eu me senti diferente. Tantas pessoas, movimento, o vai e vem delas. Porém nenhuma parou para perguntar o que me levou lá. E eu quis te ligar, quis tanto te ligar. O fiz e me arrependi. A minha solidão é minha única particularidade. E é minha e mais de ninguém. Eu sei que você não liga. E ninguém mais. Voltei para casa com tantas lágrimas nos olhos. As pessoas paravam para analizar a menina que chora sozinha no escuro. Por que será que ela chora? Seria o medo da multidão? Seria o ciúme e inveja enloquecidos? Quem liga afinal? Vou te dizer, ninguém liga para meu choro. Eles só sabem julgar e condenar. Ninguém vai parar para enxugar meu rosto. E segui só a caminho de casa. Com uma ilusão deixada para trás e totalmente perdida.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O confronto com a verdade

A minha condição é essa. E assim, está tudo bem se eu disser que não vou mudar? Eu sei que me machuca - corrói por dentro. Mas essa sou eu bem em frente de você. Dizendo que não, jamais conseguirei. Eu não saio dessa, você sabe que não. E por que esse olhar de piedade? Eu não decidi ser assim, não tenha pena do que foi feito para ser. Talvez eu aprenda, talvez eu venha a mudar. Muito improvável. E você que já vê esse meu choro e pensa em virar? Vai me abandonar de novo? E dai que eu sou fraca? Não, não me venha com essa que eu tive todas as chances. Você não pode me abandonar. É, tem que ter paciência. Não, não tem como desistir. É, isso. Vou tentar amanhã e depois, mas você sabe que eu não tenho esperanças. Eu não vou mudar.

Essa é a hora que eu me viro de costas para o espelho e sigo.

E o tempo?

Foi quando a moça do outro lado do balcão perguntou "Quantos anos você tem?" que eu me perdi naquele momento. Eu não lembrava. Não lembrava do que se passou, das minhas fases. Não lembrava de nenhuma festa de aniversário nos últimos tempos. Não lembrava do meu último "Parabéns para você". Será que eu parei no tempo ou o tempo parou para mim? Como se tudo que passou não fizesse mais parte de mim e o que eu vivo agora é o que realmente existisse. E o que eu vivo agora? Que grande vazio é esse que me preenche a cabeça quando eu penso no agora? E nos últimos três meses o que eu tenho feito? Quantas pessoas falam comigo? Quem realmente sabe de como ocupo meu tempo? Nada fazia sentido. Eu havia parado de contar os dias quando eles começaram a passar repetidos. Solidão, solidão. Nenhum sorriso a mostra, nem uma lágrima para se esconder. Era só a solidão fazendo o tempo. Fazendo as horas, os dias. E não me dera conta de nada. Até agora.

domingo, 2 de maio de 2010

Minha intensidade.

Vaculho entre os meus pertences. Penso e nada me vem na mente. Onde eu deixei aquilo que eu era? Perdi na estrada, talvez. Cada pedacinho de mim deixado para trás como uma trilha. E jamais poderei voltar para pegá-los. Porque eu acabei - indeiretamente - decidindo ser assim. Alma no seu estado mais intenso. E só, vago por ai a procura de um pouco de pedaços dos outros. Mas nada acho a não ser a minha intensidade. Vivo, sofro, existo, sinto. Assim vai minha rotina até não-sei-onde.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

As origens se revoltam

Você me julga como se não me conhecesse. Você que me viu crescer, que viu todas as características sendo marcadas em mim. Todos meus medos, traumas, fantasias… Viu mais do que ninguém o que acontecia comigo. E com esses mesmos olhos você me agride agora. Diz que sou tantas coisas, me fere com o superficial. Mas você no fundo sabe todos os meus traços. E prefere ignorá-los agora. E isso me machuca mais do que qualquer comentário vindo de um qualquer. Me corta. Você sabe que sim. Então, continue ignorando a minha verdade… Que eu continuo ignorando a sua.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Conversa de botas batidas

A minha condição é essa. E assim, está tudo bem se eu disser que não vou mudar? Eu sei que me machuca - corrói por dentro. Mas essa sou eu bem em frente de você. Dizendo que não, jamais conseguirei. Eu não saio dessa, você sabe que não. E por que esse olhar de piedade? Eu não decidi ser assim, não tenha pena do que foi feito para ser. Talvez eu aprenda, talvez eu venha a mudar. Muito improvável. E você que já vê esse meu choro e pensa em virar? Vai me abandonar de novo? E dai que eu sou fraca? Não, não me venha com essa que eu tive todas as chances. Você não pode me abandonar. É, tem que ter paciência. Não, não tem como desistir. É, isso. Vou tentar amanhã e depois, mas você sabe que eu não tenho esperanças. Eu não vou mudar.

Essa é a hora que eu me viro de costas para o espelho e sigo.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Bipolar

Olha, eu não sou uma boa pessoa. Não sou altruísta nem nada disso. Sou totalmente voltada para os meus interesses e só penso nas minhas dores. Será que isso não é o suficiente para o mundo me odiar? Não, ele não me odeia, ele faz pior. Ele é indiferente. E isso dói mais do que ser odiado, é não ser ninguém. Nem para mim mesma, não sei nem o motivo de eu estar aqui tendo meu espaço.


Isso porque eu falei a dez minutos atrás que tenho que me amar.

De novo, a menina do espelho

Eu tenho que me amar, tenho que me amar. Repito mil vezes enquanto olho para o espelho. Cobrar amor seria algo errado? Mas e se for para melhorar a minha vida? Não seria melhorar e sim mudar. Porque tudo que eu preciso é me ver de modo diferente e todos meus problemas mais urgentes sumirão. Parece tão fácil, mas não soa assim quando eu olho para minha mão - pedaço de alguém que repulsa. Eu não gosto de mim, simples. E preciso mudar, complicado.

Mas eu vou.

"Colei aquele "Eu amo você" no espelho. É pra mim mesmo!"

quarta-feira, 17 de março de 2010

Em pedaços

Sua ausência prevalece. E corta. Saber da verdade me faz insignificante. E mesmo sabendo disso, sou dele. Pois sem ele não sou alguém - sou nada. Enquanto ele sem mim é inteiro. Enquanto mal respiro, as horas passam livremente para ele. Eu não mudo nada, eu sou metade de mim. Pois a outra parte me falta. Aquela que cabe o amor próprio, a que teria função da auto-suficiência. Esta minha parte pertence a ti.

Sobre vitórias e sonhos

E o que é meu, será meu. O destino trata de arrumar. O que tiver que ser, sempre será. Alguns sonham tanto, visualizam o que querem, e a vida os ouve. Alguns tentam, tentam e tentam até acertar. Esses tem chances a mais. Não sei o porquê - porém ela sabe - mas hoje foi a minha vez de sorrir por último.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Sobre o brilho de alguém apagado

Hoje quis ser estrela. E eu que gosto tanto de estrelas. Seria perfeitamente uma. Sou um ponto de brilho numa escuridão profunda, será? Me questiono o que acontece quando uma estrela morre, ninguém nota - a não ser os astronomos que a estudam. Ou os amantes daquela estrela. Que apesar de única tem uma frequencia só dela. E deslumbra olhares por ai. Não faz diferença para se quer uma multidão, mas encantou o coração de um único amante. E por sorte é o ser amado. Brilho que reflete em olhar. Sou uma estrela, pensei. Sou uma estrela pequena e apagada, mas brilho para um coração. Seria a maior honra. Ser dona de um único coração e pertencer a ele. Uma estrela, que belo egocentrismo. Não, disse alguém, isso é total aceitação de indiferença.

Sobre o brilho de alguém apagado

SoHoje quis ser estrela. E eu que gosto tanto de estrelas. Seria perfeitamente uma. Sou um ponto de brilho numa escuridão profunda, será? Me questiono o que acontece quando uma estrela morre, ninguém nota - a não ser os astronomos que a estudam. Ou os amantes daquela estrela. Que apesar de única tem uma frequencia só dela. E deslumbra olhares por ai. Não faz diferença para se quer uma multidão, mas encantou o coração de um único amante. E por sorte é o ser amado. Brilho que reflete em olhar. Sou uma estrela, pensei. Sou uma estrela pequena e apagada, mas brilho para um coração. Seria a maior honra. Ser dona de um único coração e pertencer a ele. Uma estrela, que belo egocentrismo. Não, disse alguém, isso é total aceitação de indiferença.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A princesa e solidão

A princesa que passara tantos dias trancada em seu castelo resolveu sair esta manhã. Mesmo sabendo dos perigos que residiam por fora dessas paredes espessas, ela saiu para respirar o ar matutino. Seus pulmões se encheram com algo que rimava com liberdade. A brisa estava agradável e o verde do quintal reluzia a luz do sol. Era uma manhã bonita. O céu estava em sua totalidade azul e haviam passáros decorando a trilha sonora da menina. Ela sabia que sentiria falta disso quando entrasse no seu castelo de novo. Era protegido lá. E sólidão. Ela e as paredes se encaravam durante o resto do dia. Ela sabia que doeria mais. Sabia que o cinza iria se tornar mais opaco. Sabia que se ela se entregasse a vontade, a dor seria mais forte.

E mais uma vez, se trancou.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Pensamentos antes do sono

Você existe em mim de maneira constante. Mas não como um peso. Nada sólido ocupando espaço e apertando as outras coisas. Você existe como pontos luminosos que se encontram nas mais diversas partes de mim. Você está em todo o lugar, marcando presença. Mas isso não faz de ti algo que me prenda. Eu voô livre com meus vagalumes. Algumas partes são mais aquecidas. Peco em alguns defeitos, mas você está sempre lá. Fazendo de mim uma constelação de energia postiva.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Me sinto tão dispensável sentada nessa cama durante essa tarde chuvosa. Me sinto tão sem motivação, desanimada. Nada para pensar, já que cada direção que meu pensamento vai é um abismo. Não quero mais sonhar, não quero mais esperar. Não quero mais nada, só que o tempo passe. E isso é uma condição muito triste. Eu sou assim. Tão assim. E vira um ciclo. Pensamento que traz cada vez mais profundidade. E dói, dói tanto.


Eu não quero mais ser nada. Eu quero ser algo

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Dezessete

Esse dia a anos atrás era dia de animação completa, meu aniversário. O dia em que tudo começou, quando eu ganho presentes e comprimentos. Afinal, era meu dia. Mas hoje.... Hoje eu já comecei o dia desanimada. Afinal, só soprar as velinhas não vai fazer meus sonhos se realizarem. Desejar não é o suficiente. Tão triste essas cicatrizes. Tão triste essa condição. Eu não quero ser triste, eu não quero.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Tudo no olhar

"É medo meu amor, é medo essa sensação de frio na barriga que me inquieta a cada detalhe. Essa minha paranóia está mais dentro de mim que por trás de ti. Não me abandona, meu amor. Não me abandona que eu vou te fazer muito feliz, eu juro. Não precisa se esquivar, eu tenho minhas inseguranças, mas vou fazer de tudo para ela não te atingir. Eu te amo, vida. Eu te amo mais do que possa entender." E por dentro ela se debatia, gritava. Por fora só um olhar, só um gesto. Sem palavras ou frases. Era o silêncio querendo dizer tudo outra vez.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A outra parte que sempre falta


O momento em que eu deixo cair todas as barreiras. A hora do meu dia que eu não me coloco entre escudos. Quando o meu sorriso passa a ser real - e não de máscara. É o momento que estou contigo. E me sinto tão leve. Tão livre. O jeito que eu me torno quando estou com você é o estado mais puro de mim. É quando eu me encontro com a parte que me torna inteira. Quando nada mais no mundo faz sentido ou me importa. Quando só um nome é capaz de aparecer na minha mente. É o tempo que eu tenho para ser feliz.
E eu sinto que nasci para isso. Nasci para ti.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Rotina

Estou aqui! Alguém pode me ouvir? Era possível ouvir minha voz se completando num eco. Gritei mais uma vez. Mais duas. Nada. Será que ninguém viu a cena que eu fiz? Ninguém pode compreender os meus atos? Minhas falas tão bem formadas? Ninguém? E grito mais uma vez. A solidão é uma companhia calada, admito. As paredes do meu quarto me encarando. Não há nada. Só uma menina desesperada por atenção. Se ninguém ao menos pode me ouvir como posso ter a audacia de desejar que leiam meus olhos? Ninguém jamais conseguirá os ler. Então os próprios se enchem de lágrima, seria fácil agora, chega a estar berrante. Mas ninguém está quando eu choro. Quando quebro todas as defesas, todas as enganações comigo mesma. Ninguém vê. Só a solidão. Que agora apoia a mão no meu ombro. Não adianta gritar, diria ela se pudesse se expressar, estou aqui. E mais uma tarde se passa. Nada muda. A mesma cena. A mesma platéia. Minha vida toda, assim.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sobre amadurecência

De repente me bate uma falta. O que alguns meses não fazem? Me transformei tanto. Me tornei essa critaura que pensa demais. Sofre demais. Antes era mais fácil ser satisfeita com que eu tinha. E eu não perdi nada. Só exigi mais. E exigir dói. Será como droga, que aumentamos a dose para ter o mesmo efeito? Ou será a magia da inocência? De qualquer forma me bateu uma saudade irracional, uma vontade de voltar. Não faz sentido. O tempo passou e eu não percebi. Quando olhei para trás foi quando me toquei.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Sobre as palavras que não se formam

Me sinto surpresa. O momento em que os pensamentos viram avalanche aqui dentro é aquele que eu não consigo externá-los. Tento um pouco. Forço algumas frases decorada e nada. Como se eles fossem parasitas que não querem me abandonar. Irônico, ao passo que eles vem da solidão. Gritar, correr ou chorar não adianta. Escrever é a única arma que tenho para sentir esvaziar. E não poder escrever é uma espada apontada para o peito.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Sobre estrelas e noites

Eu vi sua história em um livro qualquer. Me chamou a atenção a sua admiração por uma estrela. Aquela menina realmente acreditava naquele brilho. E se abrigava tanto embaixo daquele pequeno ponto de luz no meio da total escuridão. Ela centrava seu olhar no céu. Não precisava mais de nada. Era sua salvação. Sua estrela favorita jorrando esperança por ai. Pegou um cobertor e ficou observando. Seus dias eram duros, mas valia a pena quando chegava a noite. Ela a escolhera. Nas noites nubladas ela poderia imaginar seu brilho por cima das nuvens. Nada apagaria aquela estrela.


You are my never falling star.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Peripécias de um coração rasgado

Então segue assim, sozinha. Ela que nunca soube usar limites. Se afoga rápido em qualquer mar de ilusão. Se machuca como se não tivesse cicatrizes. Ela sente a pressão sobre sua cabeça agora. Está tudo de cabeça para baixo. Não se arrumou. Ela não se mexeu. Continuou apostando naqueles defeitos que rasgam. E a rasgou. Nas ruínas sobraram só coração dilacerado. Coração que não se aventura mais, que explode. Coração que bate lentamente e diz que ainda respira. É ele seu pior inimigo? A menina sempre se perguntava se deveria colocá-lo em tanta ênfase. As pessoas conseguiam tão facilmente ter sua vida racional, enquanto ela era escrava de suas emoções. Intensas, eu diria. Ela chorava tanto e ria alto. Sempre nos extremos. Ninguém poderia entender. Ela era assim. Ela seria assim até seu coração dar o último suspiro, a última ordem.

Quem é mais sentimental que eu?

sábado, 9 de janeiro de 2010

A velha história do se virar sozinho.

Faz tempo que eu tenho lutado por uma utopia tão inalcansável. Eu nunca me bastei. Eu preciso das pessoas. Preciso do calor delas, seus olhares. Até suas reprovações. Preciso que me julguem para eu me lembrar que eu não posso ser julgada. Preciso que me elogiem para eu me aumentar também. Preciso de palavras. Escritas, contadas, não me importa.

Estar sozinha me lembra o espaço. Imagine estar sem nada para nenhum dos lados. Imagine não ter graça. Olhar para o espelho e ele sempre estar de cara feia pra ti. Imagine não ter com quem falar. Qualquer um se desesperaria em frente essa situação. Mas o que divide alguém auto-suficiente de alguém dependente é o tempo que o surto demora para vir. Eu não posso passar uma única tarde sem ouvir nenhuma voz a não ser a minha que eu já me sinto abandonada. Se eu fosse forte o suficiente, riria dos meus próprios pensamentos e cochilaria depois. Mas eu não sou assim.


No entanto não significa que eu não possa mudar. Eu vou mudar. Só não sei quando. Será uma tarefa difícil - ao passo que eu não me acho o suficiente nem para mim.

O macete é me amar. Depois disso todos os problemas irão embora.

Mas... Como?