segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Você não é meu, você é da sua vida assim como eu sou da minha vida, mas finjo que sou sua. A verdade é que essa minha imaginação sem limites que a gente é um só não passa de sonho. Você tem que fazer suas coisas e eu tenho que fazer as minhas. Você carrega um passado que eu penso todos os dias, nas faces que você tocou, nos lábios que beijou. Não eram meus. E nem eu nem você podemos fazer nada para impedir. Também não posso fazer você ser meu, seu futuro não é meu, é seu. Enquanto eu sou toda e completamente entregue a você. E isso dói. Eu sou obsecada por cada movimento seu na esperança que assim você não me largue, mas eu sei que vai. Eu sei que um dia vou ter que deixá-lo viver sua vida - sozinho ou com outras pessoas. Então eu me agarro a você, te sufoco agora. Para aproveitar o que resta.

sábado, 6 de novembro de 2010

Um coração corajoso que bate desenfreadamente a procura de um pouco de esperança. Um coração que tenta mentir para si mesmo, tenta se esconder. Um coração que deseja amar e com esse amor conseguir o que se quer. É este coração que abrigo no peito. Com este coração que enfrentei meus medos hoje, com ele que fui mais forte que minhas pernas bambas e a vontade de desistir. É esse coração que vai sofrer com as faltas, e que vai aguentar.

Afinal, é por isso que ele bate.

*Segundo lugar.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Respirei fundo e manti o foco no objetivo. O meu fôlego teimava em não ser constante, cortado pelos lampejos de medo e dor. A coragem que havia achado nos sonhos havia se perdido novamente diante ao desafio. Não podia ter erros, não havia o direito de tê-los. A menina do espelho olhava fixamente para mim, ansiando a hora da minha queda, podia ver seu sorriso de canto de boca. Não havia tempo e precisava fazê-lo - se não, me custariam horas de sofrimento por ter sido fraca de novo.

A maior luta é aquela em que envolve você e seu reflexo.

A menina do espelho se prepara para revanche.
Sempre acontece. E é isso que envenena minha mente, dispara o coração. Meu medo, ele não é próprio. Não é individual. Vem de uma parte pequena do meu ser, que tem a capacidade de me controlar por inteira. Eu não sei controlá-lo. Não sei medir. Sei como sentí-lo, sei como me machucar. Esses arranhões na minha pele, não são tão superficiais assim. Vem dele. Desse cancêr que pulsa em minhas veias, que mora na minha falta de ar.
Ele toma conta de tudo. Ele é onipotente. Maior que tudo. O ciúmes.
Será que alguém se importa? Ou será só meu ego jorrando do meu ser e formando uma poça de mim? Eu sinto que estou cercada. Por mim. Olho para os lados e só vejo meus sentimentos, minhas emoções. E acho que estou sozinha nesse circo. Acho que ninguém olha para mim, com pena ou horror. Ninguém ao menos olha. Ninguém quer saber a fundo o que se passa aqui. E viro platéia do meu próprio filme. Viro vilã da minha própria história.

Só me sinto só.